Atualmente, um tema em destaque, porém frequentemente subestimado, é o transhumanismo. Muitas pessoas têm dificuldade em distinguir entre o real e o fantasioso, entre notícias e fake news, em um mundo digital propositalmente confuso. No passado, a ideia do homem ciborgue era amplamente discutida e personificada no cinema, com exemplos como Robocop, Inspetor Bugiganga e até mesmo Darth Vader. No entanto, ao longo do tempo, a ficção científica passou a explorar outras temáticas e especulações. Curiosamente, justamente agora, enquanto vivemos este movimento, é quando menos se fala sobre ele. Mas afinal, o que é transhumanismo?
Em linhas gerais, identificar a origem exata de uma expressão como essa é complexo, porém, existe um consenso de que o transhumanismo teve suas raízes no pensamento do filósofo futurista Fereidoun M. Esfandiary, mais conhecido como FM-2030. Ele via a tecnologia como uma ferramenta para superar doenças, envelhecimento e até mesmo a morte, antecipando o surgimento de uma nova espécie: o pós-humano. Essa ideia evoluiu com figuras como Raymond Kurzweil, influente inventor, empresário, engenheiro e escritor, que popularizou o conceito de singularidade tecnológica. Segundo essa teoria, a inteligência artificial eventualmente ultrapassará a compreensão humana, levando a uma fusão entre humanos e IA, resultando no surgimento de um ser híbrido, o transumano. Kurzweil prevê que até 2100 a inteligência humana poderá ser mil vezes maior do que é atualmente.
Apesar de parecer confuso e até mesmo demasiadamente ficcional, o debate sobre o transhumanismo está se tornando cada vez mais relevante, especialmente com avanços como o projeto Neuralink de Elon Musk. Esta empresa, pioneira na tecnologia de implantes de neurotransmissores, também enfrentou uma série de acusações de maus-tratos a animais, resultando, segundo relatos, na morte de 15 chimpanzés em 2022. Isso levanta sérias questões éticas sobre o desenvolvimento de novas tecnologias. Se, por exemplo, uma empresa puder lucrar com a manipulação dessa tecnologia, até que ponto irão as suas ações? Como isso afetará concursos públicos, competições intelectuais e o mercado financeiro global se apenas uma parcela da população tiver acesso direto a inteligência artificial?
Estamos diante de um vórtice de desigualdade sem precedentes, uma realidade que a maioria das pessoas ainda não está pronta para enfrentar. Existe a possibilidade de acordarmos em 2025 com a notícia de que a Neuralink oferecerá essas atualizações apenas para aqueles que possuem poder aquisitivo, assim como existe o conceito de amortalidade, onde os avanços da medicina podem tornar improvável que alguém morra de velhice.